Aniversário da Vovó Clarisse!!

Bem, não é hoje o aniversário da mãe. Nem amanhã... Na verdade mesmo, ela não faz aniversário esse ano porque nasceu no dia 29 de fevereiro e, por isso, só faz aniversário a cada quatro anos. Mas, a cada ano não-bissexto ela escolhe comemorar num dia e nesse ano o dia escolhido foi hoje. Vamos jantar lá mais tarde mas não poderia deixar de registrar aqui toda a minha gratidão por essa mãe maravilhosa que eu tenho. Apesar de tantas diferenças temos também muitas afinidades, e é isso que faz a nossa relação única.

Sorteio no blog

Gente, esse blog recebe uma média de 432 visitas por dia. E poucos comentários na maioria dos posts! Então, como eu sou uma mulher esperta e bem-resolvida (veja o post no meu outro blog), resolvi fazer um sorteio para animar os comentários. No domingo, dia 31 de março eu vou sortear um post e, dentro desse post, vou sortear um comentário. Se o comentário estiver identificado (de alguma forma que eu consiga contactar a pessoa) essa pessoa será presenteada com um kit da flavoli.net contendo:

• 20 cartões personalizados no valor de R$25,00
• 24 etiquetas personalizadas no valor de R$20,00
• 2 tags de identificação (1 pequena e uma grande) no valor de R$18,00
  

O tema do kit será escolha do freguês. Só para lembrar que esse kit tem um valor total de R$ 63,00. As despesas de frete serão por minha conta.

Então pessoal, vamos lá!! Comecem a comentar, e podem até comentar nos posts antigos também!!

Carnaval

Bem, conforme prometido, está aqui o post do Carnaval. Preparem-se que vai ficar longo.

Na quinta-feira depois que cheguei do trabalho fui arrumar a minha mala e da Luiza. Detesto arrumar mala, nunca sei direito se estou levando a quantidade certa de roupa e acabo sempre levando um exagero. Com as roupas da Luiza então eu fico louca. As malas daqui de casa são sempre um exagero. Os planos eram deixar a Luiza na casa dos meus pais na sexta-feira de manhã para eles viajarem logo cedo e evitar o engarrafamento. Eu iria viajar à noite com o Bruno (meu irmão) e a Michelle (namorada dele).

Depois que eu já estava deitada (mas ainda não estava dormindo), meu pai me ligou para me avisar que minha mãe não estava se sentindo muito bem e que era para eu levar a Luiza para o colégio no dia seguinte porque eles iriam fazer uns exames na parte da manhã. Minha mãe estava com febre e eles estavam achando que era infecção urinária.

Acordei na sexta-feira atrasada (para variar) e logo depois meu pai me ligou do celular avisando que eles tinham ido de madrugada para o hospital (!!!!) pois a minha mãe tinha passado muito mal. Era mesmo uma infecção urinária e ela ia ficar internada em observação. Resumindo: ela ficou internada toda a sexta- feira e só teve alta no sábado de manhã por causa do antibiótico que teve que tomar direto na veia. Um susto mas que foi contornado e não chegou a atrapalhar o feriado. Minha mãe já está bem e recuparada agora.

Luiza ficou no colégio o dia todo e à tarde meu pai voltou do hospital para buscá-la e pegar as malas dele e da minha mãe em casa. Meu irmão pegou a Luiza na casa dos meus pais, depois me buscou no trabalho, pegamos a Michelle e... pé na estrada! Eu ainda não falei pra onde a gente estava indo né? Então, estávamos indo para o Hotel Serra Verde em Pouso Alto, MG.

Logo no começo da viagem achei a Luiza meio caidinha. Ela tava um pouco gripada e achei que fosse por causa disso. Mas logo em seguida percebi que ela estava um pouco quente. Paramos na estrada para eu pegar o termômetro na mala e ela estava começando a ter uma febrinha. Foi até bom (tadinha dela) porque assim ela dormiu a viagem quase toda. Ficou bem sonolenta e não deu trabalho nenhum. Quando chegamos no hotel (quase seis horas de estrada, ninguém merece!!), ela já não tinha mais febre e não teve mais durante todo o feriado. Amém!

No dia seguinta Luiza, Bruno, Michelle e eu fomos andar de charrete, coisa que a Luiza mais amou nesse feriado.



Meus pais chegaram logo em seguida e fomos todas para a piscina (menos a minha mãe tadinha) aproveitar o lindo dia de sol. Depoi do sol, almoço (comidinha mineira deliciosa), banho e soninho Eu tinha a pretensão de ler meu livro enquanto Luiza dormia à tarde mas acabei apagando junto com ela (isso aconteceu todos os dias alías, como dormi!!). Acordei às seis da tarde com a Ave Maria da igreja da cidade e logo em seguida com o anúncio de um bingo que iria acontecer na segunda-feira na praça da cidade. Ninguém merece!!! Mas a Luiza nem se abalou, continou dormindo com aquela barulheira toda. À noite jantamos e ficamos no lobby do hotel. Não tinha nada para fazer, a não ser uma música ao vivo e a gente aproveitou para ir dormir cedo.



No dia seguinte (domingo), mais piscina, almoço, banho e soninho. À tarde teve baile infantil no hotel. O baile começava às quatro horas mas a gente só conseguiu chegar lá às seis, porque a Luiza dormiu demais. Vejam como ficou linda minha baianinha com a fantasia que o Dindo e a tia Débora deram.



Chegamos no baile e já estava quase acabando, mas a Luiza adorou mesmo assim. Tenho dúvidas inclusive se não foi por isso que ela gostou tanto, porque tinha o salão praticamente só para ela. Se divertiu dançando, jogando as serpentinas para o alto e correndo pelo salão. Aliás, correu tanto que acabou levando um tombão o que acabou com a farra rapidinho. Por acaso eu estava filmando na hora e deu uma verdadeira video-cassetada.



Na segunda-feira o dia amanheceu meio nublado e resolvemos ir até Caxambú. Assim que chegamos lá fomos ao Hotel Glória onde já pasamos muitos carnavais. Encontramos algumas pessoas conhecidas e depois fomos fazer o programa preferido da Luiza: andar de charrete! Escolhemos uma toda enfeitada que mais parecia a charrete do Falcão, era a Rainha de Caxambú!! Fizemos um passeio pela cidade e depois fomos nos encontrar com o Bruno e a Michelle no Parque das Águas. Luiza odiou as águas mineirais de lá, mas adorou o parque, principalmente porque no final do passeio ela andou de pônei! Coisa mais fofa!!



Em Caxambú comprei um monte de brinquedos artesanais de madeira para Luiza que ela adorou. Comprei cavalinho de pau, patinho de madeira para empurrar, joaninha numa caixinha, passarinho de mentira numa gaiola e mais um monte de outras bugigangas que ela simplesmente amou! Muito mais que as Barbies e Pollys que ganhou no aniversário....rs

Voltamos para o hotel a tempo ainda de pegar o almoço. Depois Luiza apagou e acabou perdendo o bailinho infantil desse dia. Não deu para usar a outra fantasia que tínhamos levado. É lógico que às seis da tarde eu acordei novamente ao som de Ave-maria e, para completar, nesse dia tinha o bingo!! Acho que Pouso Alto inteira estava na praça nesse dia, foi uma festa o bingo da cidade!! E Luiza dormia... nunca vi dormir tanto!!

No dia seguinte, terça-feira, adivinhem o que fizemos de manhã?? Andamos de charrete!! Desse vez paramos em todos os lugares do passeio. Vimos a imagem de Santo Antônio (aproveitei para fazer um pedido...rs), vimos galinhas d'angola e, o grand finale, vimos os coelhinhos. Coisa mais fofa. Para completar tinha uma coelha que tinha acabado de ter filhote e estavam lá, quatro filhotinhos de coelho que mais pareciam uns ratinhos de tão pequenos. Luiza amou. Só que depois resolveu dar comida na boca de um coelho mais esganado e o danadinho mordeu o dedo dela. E ela chorou!! Aff.....



Na quarta-feira voltamos cedo para não pegar trânsito e nossa volta foi ótima. Chegamos na casa dos meus pais antes de uma hora da tarde e ainda deu tempo de fazer um churrasquinho. Delícia!

Foi um feriado maravilhoso, onde descansamos muito, aproveitamos bastante os dias lindos e andamos muito de charrete...rs

Soninho

Tem coisa mais gostosa que ver uma criança dormindo? Agarradinha com a boneca então, é tão lindo, que eu não resisti e tirei uma foto!! Reparem na camisola da Cinderella....rs



PS: Estamos indo viajar no carnaval para um hotel fazenda em MG. Volto com fotos e notícias na 5a. feira!!

As fotos do dia 09/02/2007

Conforme prometido, seguem as fotos tiradas no dia do aniversário da Luiza.

Reperem na carinha dela abrindo a caixa do piano. Ela já sabia que ia ganhar um piano, só não sabia ainda que era da Cinderella. Eu fiz um video dela cantando com o microfone do piano no dia seguinte mas não estou conseguindo subir para o YouTube aqui do trabalho, prometo colocar aqui depois.



Nas fotos abaixo ela estava abrindo os presentes que meus pais deram. Como meu irmão e minha cunhada estavam nos EUA naquela semana, meu pais mandaram dinheiro por eles para trazer várias coisas para a Luiza. Veio camisola e pijama da Cinderella, calcinha das Princesas Disney, todos os bonecos do Backyardigans (que ela AMOU), e mais um monte de outras coisas que nem eu lembro mais.... Esse carrinho de boneca também foi presente dos avós, mas foi comprado aqui no Brasil mesmo, na Chicco. Olha a carinha dela de satisfação!



E finalmente as fotos do bolo.

O dia do aniversário

Deixa eu começar contando como foi o dia do aniversário dela. Na sexta-feira de manhã eu tinha saído do banho e ela ainda estava deitada. Aí eu comecei a cantar "parabéns pra você..." bem baixinho e ela deu aquele sorrisinho de canto de boca, coisa mais fofa!! E acordou perguntando se era hoje o aniversário dela. Eu confirmei que era, mas que a gente tinha que se arrumar para ela ir para o colégio e eu ir trabalhar. Achei melhor não dar o presente dela de manhã porque senão ela não ia querer ir para o colégio, ou no mínimo ia querer levar o presente junto (*rs). No colégio as professoras me contaram depois que cantaram um parabéns na hora do lanche. Eu não mandei bolo para o colégio porque convidei todas as crianças da sala dela para a festa, então achei desnecessário.

À tarde, consegui sair mais cedo do trabalho e fui buscá-la no colégio sem avisar. Quando ela me viu na porta da sala, nem acreditou... correu para a porta e deu pulinhos de alegria! Muita felicidade para um dia só. Fomos então para a casa dos meus pais onde ela finalmente ganhou o presente que eu dei.

(abre parênteses)
Deixa eu abrir um parênteses aqui para contar sobre esse presente. Ela tinha me pedido um piano e eu havia procurado todas as lojas aqui do Rio, inclusive no centro da cidade e só tinha achado um piano de madeira, com banquetinha e tudo, mas que custava R$360,00 (!!!!). Achei um absurdo e continuei procurando. Aí, por acaso, entrei no site da Amazon.com para ver o que tinha de artigos da Cinderella e, adivinhem qual foi o primeiro item que apareceu na minha busca? Um piano da Cinderella!!

Como eu tenho uma amiga que mora lá nos EUA, encomendei e mandei entregar na casa dela. Só que ela teve um problema e não conseguiu colocar no correio em tempo de chegar aqui para o aniversário da Luiza. Como meu irmão e minha cunhada estavam em Orlando naquela semana, pedi para eles trazerem outro piano (acreditem....) e finalmente ela pode ganhar o presente que tanto queria, ainda por cima da Cinderella. Isso significa que em abril, quando essa minha amiga vier ao Brasil, ela vai trazer o outro piano e eu vou tentar vender por aqui... se alguém já estiver interessado, é só fazer contato!
(fecha parênteses)

Bem, ela adorou o tal piano e depois foi abrir os presentes do tio Bruno, dos avós e do dindo. Nessa hora ela ficou meio mal-humorada, não sei se por causa do assédio ou se estava com sono, fome... sei lá!! Eu sei que ela ficou um porre e conseguiu me deixar de mal-humor. Acho que era TPM também. Minha, que fique claro (*rs).

Finalmente o Juvenil e meu irmão chegaram e cantamos um parabéns. Eu tenho foto desse dia mas estão no computador de casa. Depois eu coloco aqui.

Fomos para casa super tarde. Ela estava doida com os presentes e demorou um tempão ainda para dormir.

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Domingo, a festa

Apesar da chuva que desabou aqui no Rio de Janeiro, correu tudo bem. Chegamos na hora na casa de festas e a Luiza ainda estava sem a fantasia. Os convidados começaram a chegar e a coisa mais linda era ver a reação dela com os amiguinhos do colégio. Ficava super feliz que eles estavam lá, dava pulinhos, abraçava e beijava as crianças. Incrível ver a diferença da festa de 2 anos para festa de 3 anos....

Bem antes do parabéns ela pediu para botar a fantasia da Cinderella, que foi um presente dos amigos Alice e Vinícius. A vovó deles, que é uma costureira de mão cheia, fez a fantasia sob medida sem ao menos conhecer a Luiza. A Dani me ligou algumas vezes pedindo algumas medidas e só. E a fantasia ficou perfeita!! Pena que ela não quis colocar as luvas nem o colarzinho de veludo preto. Mas ficou linda mesmo assim. Meu irmão tinha trazido o sapatinho de cristal diretamente da Disney. Ok, ficou um pouco grande no pé dela, mas conseguimos fazer um furo extra e ela conseguiu usar a festa quase toda. E ficou "se sentindo"!!!! (*rs).



Muita gente chegou atrasada por causa do trânsito que estava péssimo em consequência da chuva. Juvenil mesmo chegou lá quase 19:30 (a festa começou as 17:30), mas ainda chegou à tempo de assitir o show do Mágico Gabriel. Depois do show fomos cantar parabéns e tirar muitas fotos. Depois do parabéns a Luiza se soltou! Ela, que não desgrudou da Cinderella contratada um minuto sequer, começou a ver os cnovidados indo embora e só dizia para mim "Mamãe, eu não vou embora agora não tá?" Só saímos de lá quando os garçons começaram a desmontar a decoração...rs

Na saída ela viu o saco de presentes e começou a querer abrir tudo, ali mesmo na casa de festas. É lógico que eu não deixei e mandei os presentes para a casa dos meus pais, para não correr o risco dela querer abrir tudo quando chegássemos em casa. Ainda assim, depois que chegamos ela ainda demorou muito para desacelerar e, finalmente, dormir.

Foi uma linda festa, e ver o sorriso no rosto dela, valeu cada esforço, cada investimento feito nessa festa.

A festa

Gente,

eu juro, prometo, "agarantchio" que vou fazer um post sobre a festa. Mas agora não vai dar porque já estou de saída para casa.

Se vocês quiserem ir curtindo as fotos, já coloquei algumas no meu álbum do Multiply. Enjoy!

Só para dar uma palhinha:

A mesa decorada

Close do bolo

Minha Cinderela!!!

As Cinderelas na carruagem

Assoprando a velinha

Há 3 anos

Dois dias antes, um sábado, eu tinha passado o dia na casa dos meus pais ajudando na arrumação do quarto da Luiza na casa dos avós. Foi um tal de bater prego na parede para pendurar os quadrinhos, arrumar o kit berço, colocar o abajour na tomada que parecia até que a gente tava adivinhando. Desde a sexta-feira eu já vinha sentindo umas contrações doloridas, principalmente à noite, mas que cessavam de manhã. Passei o domingo bem, só que à noite, que tinha uma linda lua cheia no céu, as dores voltaram. Era a minha Luiza querendo nascer, querendo ver o mundo e conhecer os pais que tanto a desejaram.

Eu passei uma madrugada intensa, cansativa, com contrações desritmadas e não consegui pregar o olho um só minuto (leiam o relato completo aqui). E fui para o hospital de madrugada, me contorcendo no carro a cada contração, que a essa altura aconteciam a cada cinco minutos, cronometrados. Como a natureza é perfeita!!!

Ainda tivemos um longo trabalho de parto ao longo do dia e a Luiza nasceu às 16:06, de parto normal como eu queria. Nasceu grandona, com 3,670kg e 52,5cm. A família estava toda no hospital esperando para conhecer a Luiza e assim que o Juvenil apareceu no berçário com ela, eles ficaram babando. Tenho isso registrado em video e agora resolvi colocar no You Tube. Não reparem no comentário boboca do meu irmão...


Ou se preferir, clique aqui

E desde então, essa data passou a ser muito importante para mim porque:

eu me tornei mãe

minha vida passou a ter outro sentido

ganhei o melhor presente que um ser-humano pode ganhar

E é por isso que hoje eu desejo à minha filha tudo de melhor. Que ela continue sendo essa menina esperta e independente (deu show na volta às aulas, depois eu conto), que continue carinhosa e fofa e que, acima de tudo, seja muito FELIZ!

E para finalizar, um scrap comemorativo dessa data, com as lindas flores de crochet disponibilizadas pela Trícia.

Sobre a Barbie

Bem, vamos lá, eu vi que o assunto deu pano pra manga né?

Primeiramente eu quero deixar claro aqui que o artigo não é meu, eu não concordo com ele na íntegra. E, a propósito - sim - a Luiza tem Barbie. Mais de uma inclusive.

Uma vez esclarecido isso, eu acho que o texto é muito bom porque nos faz pensar sobre a nossa sociedade tão consumista. Sobre valorizar mais o TER do que o SER. Eu acho que o autor pegou a Barbie como um exemplo, talvez porque tenha sido o primeiro brinquedo que teve esse apelo de tantos acessórios. É lógico que os concorrente não são burros nem nada e copiaram a idéia. E hoje temos as Pollys (que a Luiza também tem), os Pôneis (que a Luiza não só ama mas tem verdadeira fixação pelo "cavalinho" como ela chama), os carrinhos e pistas Hot Wheels etc, etc, etc....

O fato é que temos que ficar atentos sim, porque a mídia bombardeia nossas crianças com as propagandas, muitas vezes enganosas, dos brinquedos que tem por aí. Eu me lembro muito bem da minha infância das propagandas do Playmobil. Quando a gente ganhava o Forte Apache ou qualquer outro cenário parecido, eu me lembro de ficar um pouco frustrada porque os bonecos não se mexiam como na propaganda. E eu vejo isso hoje em dia nas propagandas da Barbie, principalmente daquelas Fairytopia e Mermadia (não sei se escrevi os nomes corretamente). E a criança vê a Barbie voando na televisão, ganhando asas e quer por que quer aquilo também.

Cabe a nós ter o bom senso de mostrar aos nossos filhos que não podemos ter tudo que queremos. E que não somos melhores nem piores do que o outro pelo simples fato de possuir ou não um brinquedo.

Para a gente pensar...

Recebi hoje esse artigo por email e gostei muito, tanto que estou publicando aqui no blog. Depois eu vou fazer meus comentários sobre o texto porque agora estou sem tempo nenhum, para variar. Mas fiquem à vontade para tecer seus comentários aqui no blog!!

Barbie
por Rubem Alves

Fiquei comovido quando li que foram encontradas bonecas em túmulos de crianças no Egito, na Grécia e em Roma. Pude imaginar o que os pais deveriam estar sentindo ao colocar aquele brinquedo junto ao corpo da filha morta. Eles o faziam para que ela não partisse sozinha, para que ela não tivesse medo.

De fato, uma criança abraçada a uma boneca é uma criança sem medo, uma criança feliz. Os meninos, proibidos de ter bonecas, se abraçam aos seus ursinhos de pelúcia. E nós, adultos, proibidos de ter bonecas e de ter ursinhos de pelúcia, nos abraçamos ao travesseiro... Os objetos são diferentes, mas o seu sentido é o mesmo: o desejo de aconchego e de ternura. Por isso eu acho que o senhor e a senhora fizeram muito bem ao dar uma boneca de presente para a sua filhinha. Com uma exceção, é claro: se a boneca não foi a Barbie.

Porque a Barbie não é uma boneca. Falta a ela o poder que têm as outras bonecas, bebezinhos, de afugentar o medo e provocar sentimento maternais de ternura. Não posso imaginar uma menina dormindo abraçada à sua Barbie. Nenhum pai colocaria a Barbie no túmulo da filha morta. A Barbie não é boneca. É uma bruxa. Posso bem imaginar o espanto nos seus olhos. Eu imagino também os seus pensamentos: O Rubem perdeu o juízo. A Barbie é unta boneca de plástico, não mexe, não pensa, não fala. E agora ele diz que ela é uma bruxa... Que as bonecas, ao contrário das aparências, têm uma vida própria, eu aprendi no 2° ano primário. Minha professora me deu um livro sobre bonecas e bonecos: enquanto a gente estava acordado, elas ficavam deitadinhas, olhinhos fechados, fingindo que dormiam. Mas bastava que os vivos dormissem para que elas acordassem e se pusessem a falar coisas.

As bonecas foram os primeiros brinquedos inventados pelos homens. E foram também os primeiros instrumentos de magia negra. Um alfinete, aplicado no lugar certo de uma boneca - assim afirmam os entendidos - tem o poder de matar a pessoa que se parece com ela. Pois eu digo que a Barbie é uma bruxa. Bruxa enfeitiça. Enfeitiçada, a pessoa deixa de ter pensamentos próprios. Só pensa o que a bruxa manda. A pessoa enfeitiçada fica possuída pelos pensamentos da feiticeira e só pensa e faz aquilo que ela manda.

Se falo é porque vi, com esses olhos que a terra há de comer. Basta que as crianças comecem a brincar com a Barbie, para que fiquem diferentes. O pai manda, a mãe manda, a criança faz birra e não obedece. Não é assim com a Barbie. Basta que a Barbie mande para que elas obedeçam. De novo você vai me contestar, dizendo que a Barbie não fala e não tem vontade. Por isso não pode nem dar ordens e nem ser obedecida. Errado.

O fantástico é que ela, sem falar e sem ter vontade, tenha mais poder sobre a alma da criança que os pais. Quem me revelou isso foi o futurólogo Alvin Toffler, no seu livro O Choque do Futuro, que li em 1971. O capítulo "A Sociedade do Joga-Fora" começa com a Barbie. Nascida em 1959, em 1970 mais de 12 milhões já tinham sido vendidas. Um negócio da China. E por quê? Porque a Barbie, diferente das bonecas antigas, bebês que se contentam com uma chupeta e um chocalho, tem uma voracidade insaciável.

A Barbie é uma boneca que nunca está contente: ela sempre pede mais. E essa é a grande lição que ela ensina às crianças: Compra, por favor! Para se comprar há as roupas da Barbie, a banheira da Barbie, o secador de cabelo, o jogo de beleza, o guarda-roupa, a cama, a cozinha, o jogo de sala de estar, o carro, o jipe, a piscina, o chalé de praia, o cavalo e os maridos, que podem ser escolhidos e alternados entre o loiro e o Moreno etc. Etc. A Barbie está sempre incompleta. Portanto, com ela vem sempre uma pitada de infelicidade. Aliás, essa é a regra fundamental da sociedade consumiste: é preciso que as pessoas se sintam infelizes com o que têm, para que trabalhem e comprem o que não têm. A Barbie tem esse poder: quem a tem está sempre infeliz porque há sempre algo que não se tem, ainda. E os engenheiros da inveja, a serviço das fábricas, se encarregam de estar sempre produzindo esse novo objeto que ainda não foi comprado. Mas é inútil comprar. Porque logo um outro será produzido. É a cenoura na frente do burro... Ela nunca será comida.

Quem dá uma Barbie para uma criança põe a criança numa arapuca sem saída. Porque, ao ter uma Barbie, ela ingressa no Clube das Meninas que têm Barbie. E as conversas, nesse clube, são assim: Eu tenho o chalé de praia da Barbie. Você não tem. Ao que a outra retruca: - Não tenho o chalé, mas tenho o marido loiro da Barbie, que você não tem.

Essa é a primeira lição que a inofensiva boneca de plástico ensina. Ensina a horrível fala do eu tenho, você não tem. A maldição das comparações. A maldição da inveja. Você deve conhecer alguns adultos que fazem esse jogo. Haverá coisa mais chata, mais burra, mais mesquinha? Ao dar uma Barbie de presente é preciso que você saiba que a menina inevitavelmente aprenderá essa fala. Isso feito, uma segunda fala entra inevitavelmente em cena, impulsionada pelas ilusões da inveja.

A menininha pensa: Estou infeliz porque não tenho. Se eu tiver, serei feliz. O jeito de se ter é comprar.

- Papai...
- Que é, minha filha?
- Compra o chalé de praia da Barbie? Eu quero tanto...

Filha na arapuca. Pai na arapuca. Mas há uma saída. E, para ela, procuro sócios. Vamos começar a produzir o próximo e definitivo complemento para a bruxa de plástico: urnas funerárias para a Barbie. Por vezes o feitiço só se quebra com o assassinato da feiticeira - por bonitinha que ela seja...