quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Você me conta uma história?

leituraA importância do mundo da fantasia

Quantas vezes, ao final do dia, nossos filhos nos pedem que lhes contem histórias? Provavelmente, nesse momento, nos lembramos do imenso mundo de fantasias dos contos narrados por nossos pais, e não desejamos que nossos filhos sejam privados desse prazer.

A importância dessa prática, que tem sido realizada de forma intuitiva por várias gerações, foi confirmada nas últimas décadas. Estudos demonstram que o conto infantil tem um impacto positivo nas diversas áreas de desenvolvimento da criança.

Primeiro, ao se aproximar do filho para ler uma história, o pai partilha com ele um grande momento de intimidade e intercâmbio afetivo. A criança percebe nesse instante que todas as prioridades do mundo dos adultos são adiadas, e que ele é o centro e receptor da atenção e do carinho do pai.

Segundo, por meio da narração de histórias os pais têm a oportunidade de dramatizar e transmitir mensagens específicas aos filhos, com conteúdos emocionais, valores e condutas. Essa forma de comunicação é entendida pela criança como uma aproximação do adulto à sua linguagem e às suas necessidades, dividindo com ele a alegria do conto.

Terceiro, a maior parte dos contos, principalmente os tradicionais como o "Chapeuzinho Vermelho", "Pequeno Polegar" e "Joãozinho e Maria", permite á criança ver seus próprios medos e conflitos projetados na narrativa. A conclusão aparece com uma solução, um final feliz que libera o medo: o pequeno ser resolve suas dificuldades. A ordem se restabelece e a criança se sente novamente segura e satisfeita. Quando a criança é pequena, é importante que essas histórias sejam lidas por um adulto bem próximo. Sua presença e mediação a tranqüilizam, tornando mais tolerante a angústia gerada pela história.

Em quarto lugar, os contos estimulam a fantasia das crianças. Por meio deles, elas são capazes de imaginar outras realidades, conhecer seres poucos convencionais, transgredir códigos e regras estabelecidas. Com essa prática, elas, pouco a pouco, começam a criar suas próprias aventuras e personagens, reforçando assim sua liberdade criativa e auto-estima.

Por último, o hábito de narrar e ler histórias desenvolve nas crianças importantes aptidões para a linguagem e o conhecimento, o que lhes permite construir uma base sólida no decorrer da sua experiência escolar. Um exemplo disso é a capacidade que elas demonstram aos descrever o que aconteceu na história, tendo o tema central como base, dando coerência ao relato. As crianças são capazes de dar seqüência aos eventos (o que aconteceu primeiro e depois), estabelecer relações de causa e efeito e adquirir uma linguagem rica e complexa.

Algumas sugestões para formar crianças leitoras

  • Criar o hábito da leitura. Essa tarefa deve ser realizada todos os dias e na mesma hora. O momento ideal é antes de dormir.
  • A criança deve sentir que o tempo dedicado à leitura é importante. Não é bom dividí-lo com outras atividades.
  • Apreciar esse momento mágico com a criança, transmitindo a ela fantástica experiência.
  • Selecionar os contos de acordo com a idade e o interesse da criança. A maioria dos livros fornece esta recomendação aos leitores.
  • Dar à criança a oportunidade de escolher a história que deseja ser lida ou narrada.
  • Fazer com que elas se identifiquem com os personagens, permitir que interrompam a narração para perguntar ou comentar alguma coisa e dar-lhes a oportunidade de contarem o final.
  • Ser um exemplo. É muito mais fácil que a criança crie o hábito da leitura vendo seus pais lendo e tendo acesso aos livros dentro de casa.


BIBLIOGRAFIA:
"A importância do ato de ler", de Paulo Freire. São Paulo, Cortez / Editora Cortez Autores Associados, 1982, 96 p.
"Como incentivar o hábito da leitura", de Richard Bamberger (Editora Ática) São Paulo. Cultrix, 1977.

fonte: www.discoverykidsbrasil.com

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