sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

Palmada

Eu não sou favorável a dar palmadas apesar de já ter perdido a cabeça algumas (poucas) vezes. Depois de ler o livro "Limites sem trauma" de Tania Zagury eu me convenci ainda mais de que essa não é a melhor alternativa. Transcrevo aqui um trecho do livro que foi como um soco no estômago quando li....

Por que não bater:
  • porque bater nada tem a ver com ensinar a ter limites, na verdade, são atitudes até aopostas. Quem bate dá uma verdadeira aula de falta de limites próprios e até de covardia;
  • porque existem formas infinitamente mais eficientes e humanas de manter a disciplina, com mensagens bem mais positivas do que a agressão física;
  • porque, com o tempo, a famosa "palmadinha leve no bumbum", que tanta gente defende como inofensiva, deixa de surtir efeito e acaba se transformando em palmadas cada vez mais fortes e, ao final, em verdadeiras surras;
  • porque só bate quem não age antes de "perder a cabeça";
  • porque mesmo obedecendo, a criança não aprende verdadeiramente, apenas deixa de fazer certas coisas por medo de apanhar;
  • porque bater não resolve os problemas da relação, apenas encobre os conflitos e, ainda assim, por pouco tempo;
  • porque depois, quando os pais se acalmam, sentem-se culpados e tendem a "afrouxar" de novo os limites, para aplacar a sensação aflitiva de culpa, perpetuando a situação de conflito;
  • porque bater é assinar seu próprio atestado de fracasso como educadador.
O que a palmada realmente ensina é....
  • a temer o maior, o mais forte ou mais poderoso;
  • a perda de interesse pela atividade que estava desenvolvendo no momento em que apanhou;
  • que o comportamento agressivo é válido;
  • que a agressão física é uma atitude normal e praticável (afinal se papai e mamãe estão fazendo...);
  • que a força bruta é mais importante que a razão e o diálogo;
  • que os pais, figuras de quem a criança espera proteção e amparo, não são confiáveis;
  • que ocultar ou omitir fatos pode dar bons resultados e evitar umas "boas palmadas" - afinal, quando os pais não ficam sabendo dos erros ou faltas dos filhos, não batem;
  • que de quem se espera amor podem vir pancada e agressão.
Se você quiser saber mais sobre a palmada eu recomendo a reportagem da Revista Crescer, com o título de Um tapinha dói, sim. E aproveite também para ler essa notícia aqui. ******* Ainda sobre cuidados com brinquedos Lembram daquela cadeirinha que podia estrangular a criança que eu citei aqui outro dia? Finalmente o Procon se pronunciou. Leia a notícia aqui.

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