Esse é um dos motivos pelos quais eu quero um parto natural, sem anestesia.... O texto abaixo foi extraído do livo "Parto Ativo" da Janet Balaskas.
É conhecida como uma anestesia regional, com a injeção do anestésico dentro do espaço peridural, entre duas vértebras lombares na região inferior da coluna. Quando produz o efeito desejado, determina um bloqueio dos impulsos dolorosos, acarretando insensibilidade à dor da cintura para baixo.
Apesar de os efeitos das drogas usadas nas peridurais sobre o bebê não serem os mesmos que os da Dolantina, sabemos que elas entram na circulação do bebê e alcançam os tecidos cerebrais em poucos minutos. Efeitos imediatos e a longo prazo no desenvolvimento neurológico do bebê são relativamente desconhecidos e ainda estão sob pesquisa, apesar do uso indiscriminado dessa forma de analgesia em todo o mundo.
Efeitos colaterais para a mãe, tais como cefaléias intensas após o parto, podem acontecer ocasionalmente (causados por arranhadelas acidentais da membrana que envolve a medula vertebral pela ponta da agulha), e a queda da pressão sanguínea materna é comum.
A peridural certamente aumenta a necessidade da intervenção obstétrica.
Como, obviamente, a parturiente vai ficar imóvel e deitada, as contrações tendem a ser menos eficientes e o trabalho de parto é geralmente mais arrastado e pode necessitar de estímulos artificiais de uma infusão parenteral de ocitócico (soro com ocitocina)*.
Todos esses fatores contribuem para a diminuição da quantidade de sangue que entra e sai do útero, aumentando a possibilidade de sofrimento fetal (falta de oxigênio). Algumas vezes, os músculos pélvicos tornam-se flácidos e não ajudam na rotação do bebê na maneira usual (acrescentando-se a desvantagem de não se contar com a ajuda da gravidade).
Uma peridural pode também inibir a capacidade da mãe de fazer força e de expulsar o bebê do seu corpo espontaneamente, aumentando o risco de FORCEPS ou CESARIANA.
Quando mulheres dão à luz ativamente, com a ajuda de uma obstetriz, a taxa de utilização de fórceps raramente passa dos 5% e os medicamentos são usados somente em casos de sofrimento inevitável ou quando há risco de vida.
Contrastando com esses dados, em países como os Estados Unidos a incidência de partos fórceps pode alcançar, de acordo com Doris Haire, taxas de até 65% em alguns hospitais. Um parto fórceps desnecessário pode ser traumático para ambos, mãe e filho, e pode ocasionalmente resultar em prejuízo ou lesão para o bebê.
Embora o alívio completo das dores que uma peridural proporciona às vezes seja indispensável, é importante, para bons resultados, ponderar essa vantagem em função dos RISCOS POTENCIAIS, que são consideráveis.
Eventualmente o preço de algumas horas de conforto pode ser um bebê afetado e até resultar em um parto complicado.
Não seria melhor, então, nessa longa jornada, usar seu corpo para liberar, minimizar e transformar a dor do parto e experimentar uma banheira com água morna ou um chuveiro, que são meios eficazes e totalmente inócuos de aliviar a dor?
Se realmente uma peridural é necessária, então seu uso pode ser mínimo, reduzindo, assim os riscos esperados."
*Hormônio sintético, utilizado para tornar as contrações mais intensas e duradouras. Aumenta em muito as chances do bebê entrar em sofrimento fetal e as chances de uma cesariana.
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