terça-feira, 11 de abril de 2006

O resgate de Luiza

Domingo fomos almoçar na casa da minha cunhada, irmã do Juvenil, a tia Bianca. Ia ter um churrasco para comomorar o aniversário da sobrinha dele, a Monique. A Luiza é muito "bicho do mato" e basta ter uma pessa estranha para ela não curtir.

A casa dela é grande e, como a bagunça estava sendo no andar de baixo, ficamos as duas no andar de cima vendo TV. De vez em quando ela pedia para descer mas não ficava mais de dois minutos lá em baixo. Logo pedia para subir de novo.

Como criança sem ter o que fazer acaba inventando moda ela logo descobriu o banheiro. Entrava, fechava a porta, abria a porta e saía. E repetia isso duzentas vezes. Eu fiquei vendo TV pois o banheiro era ao lado e não oferecia nenhum perigo aparente. De repente só veja a maçaneta girando, girando e nada. Daí ela me chama: "Mamãe, tero saííí!".

Achei que a porta tivesse agarrado e levantei para abrir. Quando eu olho pela fresta vejo que ela tinha trancado a porta por dentro. Tentei ficar tranquila e pedi para ela rodar a chave novamente. Ela rodou só que para o mesmo lado que tinha rodado antes e não destrancou a porta. A porta era de veneziana e eu pedi para ela tirar a chave e me passar pela frestinha. Mas ela não entendia e só pedia "Ábi, ábi mamãe."

Corri para a janela, tentei chamar o Juvenil, mas a música estava alta lá embaixo. Nisso, uma tia dele me viu e eu pedi para chamá-lo e voltei correndo para a porta do banheiro. A sobrinha do Juvenil (que mora na casa) estava passando e pedi para ela pegar a chave reserva. Foi quando ela me deu a "agradável" notícia de que não havia chave reserva!

Nisso o Juvenil já tinha subido e junto veio a mãe e a irmã dele. Eles tentaram arrombar a porta com uma chave de fenda mas nada adiantava. Eu não me controlei e comecei a chorar. Não aguentei ouvir a Luiza chorando lá dentro, pedindo para eu tirá-la de lá e nada poder fazer.

A sobrinha do Juvenil me levou por fora da casa até uma janela basculante que tem dentro do box do banheiro. Eu fiquei chamando para tentar acalmá-la mas ela nem me ouvia. E foi quando eu a vi se pendurando nas frestas da porta e sapateando desesperada, tadinha. Aí eu chorei de verdade.

Voltei para o outro lado e, quando o Juvenil me viu chorando, empenou a porta (era de alumínio) e começou a se pendurar. Eu falei "Vai quebrar!!". E ele "Eu pago outra!!!!".

A porta quebrou ao meio, mas estava tão empenada que não abria mais. Pegamos uma cadeira e tiramos a Luiza lá de dentro, aos prantos. Foi uma experiência horrível mas que serviu para nos alertar a tirar todas as chaves das portas lá de casa. Ela agora consegue rodar a chave e, numa dessas, pode até sair de casa....

Confiram a porta, depois do resgate.

20060409_porta

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